10 abril, 2008

Os amigos

Tenho que admitir que fiquei incomodada com o post da mamalhadas. Normalmente gosto de olhar para a vida de forma mais optimista, mas o que é facto é que partilho muito (para não dizer tudo) do que li ali. E acho que é sobretudo isso que me incomoda. Há já uns tempos que ando com a sensação que crescer implica reduzir drásticamente o número de pessoas em quem confiamos e a quem chamamos amigos. E isso deixa-me triste, mas tambem não fujo à corrente: já lá vão os anos em que andávamos aos magotes, riamos e conversávamos e eramos todos amigos. Mas depois há sempre a descoberta da amiga que se faz ao nosso namorado, ou de alguém que diz mal de nós nas nossas costas e é aí que começa o desencanto. Cheguei à altura em que muito poucas pessoas merecem a minha confiança. Perdi os magotes e ganhei a capacidade de me virar sosinha. Tenho até a tentação de dizer que, neste momento, não preciso de ninguém. É bom? É mau? Não sei, é simplesmente assim.
Tenho a vaga sensação de ter escrito aqui qualquer coisa neste sentido há uns tempos atrás. Se não escrevi, pelo menos pensei nisso. E se não o disse na altura vou dize-lo agora: os amigos são para as ocasiões. Cabe-nos a nós saber que amigos é que cabem em que ocasiões e, acima de tudo, que ocasiões é que nos cabem a nós ultrapassar. Sem bengalas nem palmadinhas nas costas.
Li há uns tempos que adolescência significa dores de crescimento. E faz sentido, porque é na adolescência que se cresce mais (e mais depressa) e crescer dói. Mas concerteza não é por acaso que todos nós queremos ser grandes. E não se faz omeletes sem ovos.

1 comentário:

katie disse...

Secalhar fui muito dura no post mas não tem nada a ver com o mau tempo, foi uma constatação.
E foi uma generalização, não acho que os amigos são para as ocasiões, acho que alguns amigos são para as ocasiões.
Isso não faz parte do crescimento, tem a ver com o caracter das pessoas, se são mais ou menos interesseiras, mais ou menos egoistas, se se importam mais ou menos connosco. E por algum motivo nós sabemos perfeitamente distingui-las, tal como elas nos distinguem a nós.
E olha que apesar de saber que ha coisas que temos que ultrapassar sozinhos, o "não precisar de ninguém" é relativo. Se tens namorado podes pensar que não precisas de amigos(isto é mais ao estilo "gaja", pq os homens normalmente conseguem achar um equilibrio). Se tens amigos podes pensar que não precisas de namorado. Tens imensos amigos, podes achar que não precisas de melhores amigos. Mas.. estares sozinha e achares que não precisas de ninguém? Isso já acho improvavel