31 outubro, 2007

Elas vs Eles

O DIÁRIO DELA

No Sábado à noite ele estava estranho. Combinamos encontrar-nos no bar para tomar um copo. Passei a tarde toda nas compras com as minhas amigas e pensei que pudesse ser por minha culpa, porque me atrasei um pouco, mas ele não fez grandes comentários. A conversa não estava muito animada, por isso pensei em irmos a um lugar mais íntimo para podermos conversar melhor em particular. Fomos a um restaurante e ele ainda agia de forma estranha. Tentei animá-lo e comecei a pensar se seria por minha causa ou alguma outra coisa. Perguntei, e ele disse que não era eu. Mas não fiquei muito convencida. No caminho para casa, no carro, disse-lhe que o amava muito e ele limitou-se a passar o braço por cima dos meus ombros. Não sei que raio quis dizer com isso, porque não disse que me amava também, nem nada, e estava a ficar mesmo preocupada. Finalmente chegamos a casa e eu já estava a pensar se ele me iria deixar! Por isso tentei fazê-lo falar, mas ele ligou a televisão, sentou-se com um olhar distante que parecia estar a dizer-me: Está tudo acabado entre nós! Por fim, embora relutante, disse que me ia deitar. Mais ou menos 10 minutos depois também ele se foi deitar e para minha surpresa, correspondeu aos meus avanços e fizemos amor. Mas ainda parecia muito distraído, e depois quis confrontá-lo e falar sobre isso, mas comecei a chorar e chorei até adormecer. Já não sei o que fazer. Tenho quase a certeza que ele tem alguém e que a minha vida é um autêntico desastre.


O DIÁRIO DELE

O meu Benfica lá perdeu outra vez... Estive chateado toda a noite.
Ao menos dei uma quecazinha.
Mas ainda estou lixado...puta de equipa de merda!

:F

30 outubro, 2007

O meu estágio começou ontem... Ainda não fiz nada de especial (o que já me começa a incomodar um bocado) mas tenho assistido às reuniões que se faz com os utentes, chamadas Espaço Aberto ao Diálogo. Pode ser um bocado parvo da minha parte, ingénuo até, mas gosto de os ouvir falar. Acho sempre que as reuniões são muito curtas, que não se dá tempo para conversas mais profundas, que ficam sempre coisas por dizer. Mas se calhar eles mesmos preferem que seja assim, ou então não preferem nada mas estão simplesmente demasiado ocupados com outros problemas para se preocuparem com a expressão sentimental - algo que, aliás, nunca foi o forte de homem nenhum... Às vezes, quando eles dizem que se sentem sozinhos lá nos albergues, dou por mim a pensar que era fixe terem alguém para lhes fazer companhia, assim tipo voluntário que passasse as noites nos albergues com eles. Porque, e tal como eles mesmos dizem, se durante a noite tiverem uma grande necessidade de consumo com quem é que vão falar? Todos os outros residentes estão demasiado preocupados com as suas próprias dependências. E é nestes momentos de maior solidão e fragilidade que, muitas vezes, se desiste e se recai. É como se diz na comunidade: "força!".
Só um pensamento desse grande maluco que era o Einstein: "o único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário". E está tudo dito...

29 outubro, 2007

Duvidas existenciais (maijómenos)

Não sei muito bem que rumo dar à minha vida (uhh isto foi dramático). Semi-acabei o curso que estou a tirar (semi-acabei porque embora ainda me falte a licenciatura, esta é compatível com um emprego), e começo a achar que não vou ser uma pessoa realizada a nível profissional. Embora continue a achar o curso interessante e útil, não me estou a ver a exercer esta profissão. Ou melhor, estou mas durante um curto período de tempo. Não é grande motivação para quem deveria estar empenhadíssima a procurar o seu primeiro emprego mas não consigo evitar pensar que talvez não seja esta a minha vocação. Gosto do curso, graças a ele passei por vários sítios e contactei com as mais variadas pessoas. Cresci e aprendi. Contudo, acho que tenho mais para dar. Tenho capacidades que não foram exploradas (e duvido que serão durante a curta licenciatura). Quero algo que puxe por mim, aliás, preciso! E é aqui que me deparo com a única solução: tirar outro curso. A ideia é meio louca, admito. Estar mais 4 anos a estudar… meu Deusss! Mas, prefiro isso a sentir-me estagnar com o que faço. Por outro lado, aflige-me pensar que terei que esperar ainda mais tempo para ter alguma independência… Começar a trabalhar aos 27 anos é… mau!!!
Enfim, foi um desabafo… Felizmente ainda tenho um ano para pensar no assunto e fazer a experiência de trabalhar na minha área e ganhar o meu dinheirinho. Depois… logo se vê e o que será, será.

Conversa Açoriana

Epá já não escrevo aqui há tanto tempo... Cá vai um postzito só porque sim :D


Era uma vez uma certa família nos Açores...

Diz o miúdo:- Oh Muãe...o q'é um insete?
- Na sê...pergunta á tu irmã.
- Oh Mana...o q'é um insete?
- Na sê...pergunta ó Puai.
- Oh Puai...o q'é um insete?
- Oh mê grande burre...um insete sam oite!!!!!!

:o

21 outubro, 2007

Porta aberta

Quando vou à casa de banho fecho sempre a porta, mesmo que não esteja mais ninguem em casa. Tipo, vou fazer um xixizinho de 30 segundos, não está ninguém em casa, ninguém vai chegar nesses 30 segundos, mas mesmo assim fecho a porta. Nem é encostar, é fechar mesmo. Já experimentei (tenho um espirito muito cientifico) deixar a porta aberta e o que se passa é que não consigo tar à vontade, fico ali, sentada, a olhar para a porta aberta, como se estivesse à espera que alguém saltasse de trás de um movel.... Sou só eu?

20 outubro, 2007

Flexigurança

Ontem tive a ler um documento que falava sobre a flexigurança... Basicamente tamos todos bem fodidos. Não bastava já ser um pau para arranjar emprego - sem o qual nunca podemos comprar um carro e sair de casa dos pais, o que significa que nunca mais podemos ter filhos (ou fazê-los, pelo menos...) - como o Governo acha que o que está mesmo a dar são os recibos verdes. Quer dizer, se podemos ir para a rua no dia a seguir como é que podemos pedir um empréstimo seja para o que for? E se somos a geração dos 500 (euros) - eu não sabia que eramos, mas parece que somos mesmo - como é que é suposto juntar algum? Agora que penso sobre isto, acho que já percebi porque é que o Governo gosta da ideia dos contratos a curto-prazo, tipo recibos verdes: eles fazem contratos de 4 anos!! Passados 4 anos, se fizerem merda - que geralmente fazem - vão a andar. E pronto, se os nossos governantes têm que suportar a agonia de mudar de emprego de 4 em 4 anos, porque é que o povinho há de ser diferente? Qualquer dia, quando o contrato de um trabalhador acabar ele tem que concorrer de novo ao lugar e fazer campanha juntamente com os outros trabalhadores que querem o lugar. Parece que já tou a ver: "vota Sousa - tem que alimentar a esposa", "escolhe o Costa p'ró lugar, tem filhos para alimentar" ou "mantém o Franco - ele deve dinheiro ao banco" e por aí a fora...

18 outubro, 2007

Back to school

Hoje tenho mais um dia de aulas. Isto de ir à faculdade duas vezes por semana para ter uma aula não vai com nada. Primeiro fico sempre com a sensação que é segunda feira; se ter uma segunda por cada semana já é mau, imaginem uma semana com duas segundas feiras... E depois porque de manhã não faço nada de jeito e depois ocupo a tarde toda com duas horas de aula (e 4 de caminho). Mal posso esperar para começar a estagiar! Claro que depois vou-me queixar que não tenho tempo para fazer nada e que ando muito cansada e que tenho saudades do tempo em que tinha muito tempo livre, mas no fundo eu gosto é de andar ocupada, gosto de chegar ao fim do dia e pensar que tive um dia productivo, que alguma coisa foi diferente pelo facto de me ter levantado da cama. Além disso, o estágio significa o meu primeiro ensaio como profissional e eu nem consigo imaginar como vai ser. Acredito que seja uma experiência parecida com as aulas de condução: primeiro achamos que é muito fácil, quando aprendemos a fazer ponto de embraiagem andamos aí a gozar com quem não consegue... Depois vem a inversão de marcha e o estacionamento e há um ida em que as coisas correm mal e começamos a pensar que, se calhar - mas só se calhar mesmo - ainda não somos nenhum às do volante. Mas depois passados alguns anos e alguns sustos, lá vamos apanhando melhor o jeito à coisa e cada vez nos sentimos mais confortáveis a conduzir... Com um bocado de sorte, daqui por uns anos já ando aí e trabalhar com uma perna às costas e a rir-me do tempo em que achava que não ia ser capaz...

17 outubro, 2007

Óleo e bafio

Hoje sinto-me oleosa... Assim tipo gordurosa, sebenta. Não sei como nem porquê mas há dias em que acordo com uma auto-estima de 13 anos. Só me apetece ficar deitada na cama a comer porcarias, tipo pizza e batatas fritas. Até me sentir tão oleosa por fora como me sinto por dentro...
Mudando de assunto. Quando é que chega o frio? Não preciso que chova, mas um fresquinho já era bem-vindo. Tenho a gaveta cheia de camisolas quentinhas e anda aí um calor de assar pedras da calçada que ninguém pode! E se formos para Lisboa então parece o fim do mundo. Raio de cidade para se ter sempre calor! Mas pronto, vinha aqui pedir encarecidamente que fizesse um fresquinho porque daqui a nada as camisolas cheiram todas a bafio e eu ainda nem as usei...
Hoje parece-me que é só isto... Despeço-me com amizade!

14 outubro, 2007

Nem sei o que lhe chamar...

Estive uns dias sem escrever porque o meu computador pifou, o meu pai comprou um portátil e entrou de férias e basicamente só agora é que tive direito a sentar-me aqui um bocadinho. Seja como for não tenho tido muito tempo para escrever...
As minhas "aulas" já começaram. Este ano não estou com vontade nenhuma. Mas nenhuma mesmo. Tou cansada de andar de transportes públicos. Como se não bastasse eu já estar mais do que enjoada de andar sempre a correr atrás do metro e do autocarro, e de passar horas sem fim nas paragens à espera, agora, assim de repente, parece que todas as pessoas que eu conheço têm carro e levam o carro para a faculdade! E sempre que tenho esta conversa lembro-me do mesmo: como é que é suposto que as pessoas usem cada vez mais os transportes públicos se cada vez é pior andar neles? Quer dizer, toda a gente diz que é um inferno ir de carro para lisboa: falam nas portagens que não param de aumentar, o trânsito para cá e para lá, os parvalhões dos taxistas e dos gajos com comerciais, as senhoras que não sabem conduzir, os velhinhos que vão a 20 e por aí a fora, mas no fim, quando chega a hora da verdade, vai tudo de carrinho que andar de transportes é muita chato! Sou muito pelo ambiente, acho que ninguém devia andar de carro, mas quando se tem autocarro de hora em hora é facil cagar no ambiente e pensar n outras alternativas mais... confortaveis.
Como se não bastasse este enjoo dos transportes também não tenho vontade nenhuma de acabar o curso. Ou melhor, tenho, mas depois de acabado o que é que eu faço? Há um clima de desistência em Portugal. É tudo tão mau, tão estupido, tão deixa-andar, que eu também sinto que depois de acabar o curso vou ter um trabalho mediocre, pelo qual vou esperar sabe Deus quanto tempo e onde não vou receber mais do que uma mulher a dias. Não tenho nada contra as mulheres a dias, mas tendo em conta aos anos a que ando a estudar, gostava de ganhar mais, ou pelo menos de ter mais oportunidades, de me sentir menos angústiada em relação ao meu futuro. Afinal de contas, para que é que se tira um curso? É porque ninguém quer começar a trabalhar aos 18 e assim ainda temos uns anos de boa vida paga pelos pais pela frente? Esses meus anos estão no fim e eu não sei o que me espera, mas sinto que não é nada de bom...