…walking around, like regular people…
Já não esperamos atitudes positivas das pessoas. Não pensamos que elas podem ser mais e melhores. Duvidamos sempre que elas possam efectivamente mudar para melhor. Não acreditamos que elas possam ter um gesto simpático para connosco, ou que nos apoiem quando precisamos.
Estamos certos de que as pessoas erram, sem excepções. Mais tarde ou mais cedo, um erro maior ou menor, um só erro ou vários. Acreditamos piamente que até aquela pessoa que até então nunca nos desiludiu, um dia o irá fazer. E porquê? Porque é inevitável. Errar faz parte da natureza humana, toda a gente erra, porquê iludirmo-nos e esperarmos algo mais do que múltiplas desilusões?
Errar é humano e portanto, podemos fazer e dizer aquilo que bem nos aprouver. E quando alguém fica magoado, dizemos apenas: “Epá desculpa lá, foi sem querer! Ninguém é perfeito…”. E a pessoa desculpa-nos. Tal como nós, eventualmente, desculpamos tudo o que nos fazem.
E quem foge deste padrão e ousa acreditar que os erros são evitáveis, quem ousa confiar nas pessoas que o rodeiam e esperar mais do que uma desilusão. Vê-se constantemente a bater com a cabeça na parede, uma e outra vez. Vejamos…:
Os amigos? São o melhor da vida, contudo, alguns só se lembram de nós quando precisam de algo, mais que não seja de companhia para um café. Outros, até se lembram de nós só porque sim, mas têm uma certa alergia a pessoas deprimidas e portanto, se estivermos num mau dia eles têm certamente algo bem mais interessante para fazer do que dar-nos apoio.
Os conhecidos? Esses vemos quando calha e talvez nessas ocasiões se troquem algumas palavras, mais que não seja: “Olá! Tudo bem ‘miga? Arranjas-me um cigarrinho?”. Mas quando não calha também não faz mal, nem nós nos lembramos deles, nem eles de nós.
Os colegas? Esses nem são amigos nem são conhecidos. São colegas. Podemos contar com eles para nos darem apontamentos ou ter uma conversa de circunstância, no entanto, se nos tentarmos aproximar mais do que isso, olham-nos como se fossemos doidos (“Olha-me esta agora… Já somos amigos não?!”). E a verdade é que nem podemos contestar, na posição oposta faríamos (e fazemos) o mesmo.
Os/as namorados/as ou coisa que o valha? Nesses nem se fala. Somos óptimos, quase perfeitos enquanto há amor (ou mais uma vez, qualquer coisa que o valha), mas quando acaba, subitamente saltam-nos defeitos por todos os lados. Sim, agora tudo o que era “feitio” e “personalidade” não passam de meros defeitos. Lamentam o tempo que “desperdiçaram” connosco e tentam esquecer-nos a todo o custo porque, lembrar-nos é lembrarem do quão cegos e estúpidos foram (sim, agora sabem que os defeitos sempre lá estiveram).
É inútil remar contra a maré… Ter baixas expectativas facilita o processo, sempre assim o foi. Mais vale aceitar que efectivamente existem amigos com os quais não podemos sempre contar. Que os conhecidos são só aquelas pessoas que nos dizem “Olá” na rua e nos adicionam no Hi5. Os colegas, são só colegas, para algo mais temos os amigos. E os namorados, depois de o deixarem de ser, não passam de outra qualquer pessoa.
Já dizia o Joe Ancis: The only normal people are the ones you don't know very well. Pois eu diria mais: The only normal people are the ones you don't know, at all.
3 comentários:
"Onde não intervém o amor ou o ódio, a mulher sai-se mediocremente"
Autor: Nietzsche, Friedrich
Fonte: Para além do bem e do mal
(Isto era para ser um post, mas acho que fica bem para este como comentário. Quem percebe, percebe)
Credo mulher, isto do mau tempo tá mesmo a acabar contigo...
Ó shark não vejo como é que essa frase (magnifica por sinal), possa ser um comentário ao post. Mas vindo de um senhor que diz frases tipo "a mulher foi o segundo erro de Deus" e "se frequentas mulheres não te esqueças do açoite", nem ouso questionar -.-
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