14 novembro, 2007

Bah...

Quero-me ir embora daqui! Há não sei quantos dias que não faço nada... Ainda por cima veio para cá uma voluntária de psicologia, o que é duplamente frustrante: primeiro porque se ela é voluntária é porque ninguém lhe paga para trabalhar, e segundo, com ela aqui é muito mais fácil que ninguém me dê nada para fazer porque ela não precisa que lhe expliquem como se faz, porque já sabe... Claro que quando eu digo que não há nada para fazer, não me refiro à falta absoluta de trabaho, o que não falta aqui são coisas para fazer. Mas se eu quisesse fazer sandes, carregar caixotes, tirar fotocópias e fazer listas de pessoas no exel não tinha vindo estagiar, ou pelo menos não estava a estudar psicologia. Nem me atrevo a oferecer-me para ajudar, só ajudo quando me pedem, porque se não é que o meu orientador se esquecia de vez que eu cá estou e o que estou a fazer (ou a não fazer, se virmos bem a realidade)... E depois às vezes fico com a sensação que ele está a gozar comigo: na segunda feira disse-me que para a semana tinha muito trabalho para mim. Na volta esse "trabalho" não é mais do que organizar as fichas dos utentes por ordem alfabética. Ontem tive a manhã toda a anhar aqui sentada sem saber onde é que ele estava nem o que estava a fazer. À hora do almoço vira-se para mim e diz "hoje nem lhe pus a vista em cima!". O que é que isso quer dizer? "ainda bem que hoje não tive que a aturar"? Eu respondi-lhe "olhe que eu não saí do mesmo sítio..." E é verdade! Se ele não me pos a vista em cima não foi por eu ter andado por aí muito atarefada, nem tão pouco me andei a esconder. Fiquei a manhã toda aqui sentada a fazer coisas como a lista para o almoço e pouco mais. Deu-me uma vontade de lhe responder torto... Há dias em que perferia não er vindo estagiar para aqui, mas ainda tenho alguma esperança que isto seja só nos primeiros tempos. Pareço os jogadores compulsivos: também nunca mudam de máquina porque acham que vai sempre sair na próxima jogada... E nós sabemo como isso é patológico...

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