04 junho, 2007

Sem título

Há dias em que dou por mim a pensar em coisas tristes (não no sentido emocional do termo, mas no sentido da serem coisas estúpidas). Há uns dias vi uma velhota atravessar as 6 faixas da marginal às 7 e meia da manhã com os saquinhos da compras, um trânsito fenomenal e o vermelho prós peões... E ela lá ia, saltitando de faixa em faixa, até que, quando faltava só meio metro para chegar ao passeio pum... veio um carro e lá foi a velhinha mais a porcaria dos sacos, tudo pelo ar. Porque raio é que a velha não esperou que ficasse verde para os peões?! Já se passou mais de uma semana e eu continuo a pensar nisto. Às vezes temos todos pressa de chegar a lado nenhum. É como se andar a correr de um lado para o outro, e achar que estamos muito ocupados nos enchesse de alguma forma a vida e impedisse que vissemos - e sentissemos - o vazio que na realidade existe dentro de nós. ELa tinha pressa de chegar onde? Ao céu, só pode, porque se fosse a outro sítio, tenho a certeza que não vai lá chegar...
Às vezes também eu sou invadida por uma pressa em fazer as coisas... só me resta pensar: em que é que eu estaria a pensar se não andasse demasiado ocupada a correr para todo o lado? De que é que eu tenho medo? Honestamente não sei o que me assusta mais: se é não saber a resposta ou se é achar que já sei...

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