28 agosto, 2007

Money, money, money

Hoje de manhã acordei com este pensamento: ser pobre é triste. Nada do que temos é realmente nosso. Nunca percebi porque é que temos que pagar contribuição autárquica quando a casa já é nossa e o terreno também. Pensamos nós. No fundo é tudo "deles". A maioria das pessoas mata-se uma vida inteira a trabalhar para pagar as contas e nunca vê sobrar nada para coisa nenhuma. Vem o ordenado, vai-se ao supermercado e fica logo lá uma grande parte, mesmo para quem já não compra sumos e sobremesas e essas coisas assim. Depois vem a água, a luz, os seguros da casa e dos carros e os selos e os impostos. Os eletrodomésticos que se avariam: o microondas, a máquina de lavar, o frigorífico, a varinha mágica, o ferro de engomar. E os técnicos que dizem sempre que com o custo do arranjo mais vale comprar uma nova. E depois há a roupa. Daqui a nada vem aí o outono e há sempre falta de qualquer coisa: casacos, camisolas, sapatos, calças... E a verdade é que, mês após mês, vivemos angustiados à volta de um ordenado que custa infernos a ganhar e que não chega para nada. Há quem diga "trabalho para o Estado", e é verdade: o Estado paga-lhes num dia e eles levam o resto do mês a pagar ao Estado tudo o que receberam e mais o que ainda conseguirem espremer. Por isso, no fundo, trabalhamos todos para um Estado que não trabalha para nós.
Dizem que o dinheiro não é felicidade e acredito que nas próximas eleições esse seja o lema usado por qualquer um dos candidatos, porque nós já quase que não sabemos viver com dinheiro e é por isso que assim que juntamos algum o vamos logo gastar. Não vão aparecer por aí as finanças a reclamar imposto sobre aqueles 25€ que eu tenho ali no meu porquinho mealheiro...

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